Perseverantes em oração com Maria
Artigos | 07/08/2020
Esta deve ser a postura e a decisão de todo cristão católico: estar perseverante em oração com a Virgem Santíssima, a Senhora do Pentecostes. A Sagrada Escritura nos garante que esta fora a atitude dos apóstolos após retornarem do Monte das Oliveiras (cf. At 1, 12-14). Depois de viverem a paixão, morte, ressurreição e ascensão do Senhor talvez tudo que poderíamos esperar dos seguidores de Cristo seria o desânimo fruto do cansaço, não só físico, mas especialmente espiritual. Imaginemos como aqueles homens e mulheres que seguiam Jesus sofreram ao passar por cada um destes momentos; devem ter sentido aflição, desespero, medo, angústia, desolação, seus corpos devem ter suado frio e suas mentes, certamente, estavam confusas. Mas eles não esmoreceram. Permaneceram unânimes em oração! E com eles a Mãe Santíssima de Nosso Senhor. Provavelmente quando Cristo passou e chamou aqueles homens, das mais variadas e diversas realidades sociais, para que o seguissem se entusiasmaram; ao contemplarem os milagres e ouvirem as pregações do Mestre, com certeza, ficaram cheios de uma grata alegria e surpresa por terem sido escolhidos e convocados por aquele grande homem a serem seus seguidores próximos, mas não sabiam o que lhes esperava. Quando, porém, experimentaram a dor e o sofrimento, ao contrário do que nós poderíamos imaginar, eles permaneceram firmes, fortes e constantes. Não se deixaram levar pela tempestade. Assim deve ser nosso caminho, nossa vida, nossa esperança, nossa perseverança: firme, forte e constante! Esse é, também, o desejo do Padre Gilberto: homens e mulheres, sacerdotes, religiosos e leigos espalhados pelo mundo, que bebendo da fonte do Louvor sejam, como outrora foram os onze apóstolos (cf. At 1), firmes, fortes e constantes. Daí a necessidade de compreendermos que a perseverança é fundamental a cada um de nós, é vital e até mesmo converte-se em elemento agradável para que se cumpra a vontade do Pai. Diante das dores, das provas, das tempestades e desolações precisamos confiar que é Deus quem faz, é Deus quem age, é Deus quem nos fortalece. Você poderia então me perguntar: “Por que preciso ser perseverante se é Deus quem faz?”. A perseverança é a ação humana diante das circunstâncias da vida. É a virtude que nos faz sermos homens e mulheres de brio, de constância, de decisão reta e não ocasional, de confiança firme e não volúvel, de postura definida e que não se molda de acordo com os desejos e caprichos humanos. São Josemaria Escrivá afirma em seu livro Caminho , 983, que “Começar é de todos, perseverar, de santos”, somos, assim, convidados a uma vida santa, a uma perseverança que contra toda e qualquer adversidade seja sempre o norte e o caminho das nossas vidas. No mesmo ponto, o santo fundador do Opus Dei, nos alerta: “Que a tua perseverança não seja consequência cega do primeiro impulso, fruto da inércia; que seja uma perseverança refletida.” Refletida foi a perseverança dos apóstolos e de Maria Santíssima, que mesmo frente àquilo que parecia ser o fim não desanimaram, nem duvidaram de que o Espírito Santo, que já havia sido prometido e concedido, os faria firmes, fortes e constantes para serem anunciadores de uma perseverança que conduz à salvação, que é o próprio Cristo. Perseverar no amor, perseverar no desejo de santidade, perseverar no anúncio do céu, perseverar é “insistir no tempo oportuno e no inoportuno” (cf. 2 Tm 4, 2), não desistir nem desanimar. Amparados por Nossa Senhora de Pentecostes não desistamos! Perseveremos unânimes em oração e contemplaremos a Deus!
Harrison Parizotto da Paixão (Seminarista Diocesano/ Diocese de Santo Amaro)